Autoexame de mama: aprenda a fazer
Em outubro, o rosa deixa de ser apenas uma cor para dar vida a um laço de esperança, autocuidado, força e luta. O intuito da campanha anual de prevenção do câncer de mama consiste em demonstrar que a doença tem cura. Ao mesmo tempo, também destaca que o índice de sucesso dos tratamentos está intimamente ligado ao diagnóstico precoce. Nesse ponto, o autoexame de mama pode ajudar.
Porém, precisamos fazer uma importante consideração sobre o assunto. Como já adianta a SBM (Sociedade Brasileira de Mastologia), o procedimento tende a atrasar a percepção da mulher quanto à presença de nódulos nas mamas. Desse modo, ela corre o risco de solicitar os exames necessários tardiamente, diminuindo as chances de cura.
Longe de substituir a mamografia, os toques nas mamas ainda mantêm a função de auxiliar a mulher a conhecer melhor seu corpo. Essas e outras medidas de autocuidado sempre são bem-vindas, pois contribuem para elevar a autoestima, algo fundamental em um eventual tratamento e recuperação.
Mas, afinal, qual seria a forma adequada de realizar o autoexame das mamas? E de quanto em quanto tempo você deve repetir o processo? Essas são dúvidas mais comuns do que se imagina.
Se você se identificou, fique tranquila! Estamos aqui para te orientar de um jeito simples e objetivo. Para ficar por dentro das respostas a essas perguntas, faça companhia para a gente nas próximas linhas!
O câncer de mama em números
Antes de apresentar o passo a passo do autoexame das mamas, vale a pena exibir alguns dados relevantes sobre o câncer de mama. Com eles em mente, a gente passa a ter uma visão mais nítida quanto à importância de adotar as medidas preventivas recomendadas pelas pessoas que estudam a doença a fundo.
Mundialmente, a cada 8 mulheres, 1 está propensa a desenvolver esse tipo de tumor maligno. No Brasil, somente em 2022, a estimativa de novos registros ultrapassa a faixa dos 66 mil casos. Esses números foram divulgados pelo INCA (Instituto Nacional de Câncer), órgão do Ministério da Saúde.
Ainda de acordo com levantamento da entidade, quase 18 mil mulheres perderam a vida em decorrência do câncer de mama. Por conta da pandemia da Covid-19, que concentrou esforços de diversas equipes médicas, muitos exames e tratamentos (cirúrgicos ou não) foram adiados.
Nesse contexto, a expectativa do aumento dos casos em estágio adiantado é bem real. Soma-se a constatação de que o câncer de mama é a segunda vertente de tumor maligno mais incidente em mulheres. Contudo, chamamos sua atenção para o fato de que esse é o tipo mais letal nesse grupo.
Esses dados servem para nos alertar a respeito da necessidade de falar sobre câncer de mama o ano todo, e não somente durante o Outubro Rosa. No entanto, o mês é especial porque abre espaço para um amplo compartilhamento de informações e experiências. Isso é vital para fortalecer a resiliência das pacientes.
Dito isso, nada melhor do que finalizar esse trecho com algo muito positivo. Conforme salienta o instituto Protea — ONG dedicada a prestar todo o suporte necessário às mulheres antes, durante e depois do tratamento adequado da doença —, a probabilidade de cura do câncer de mama pode chegar a 95%.
Fatores de risco associados ao câncer de mama
Como já adiantamos anteriormente, o alcance dessa alta taxa de cura depende da fase em que o problema é detectado. Outro ponto a ser considerado é o conjunto de fatores de risco associados a essa variante de câncer. Veja, a seguir, quais são os principais deles!
Realização de terapias hormonais
Aqui, existem diferentes situações. A boa notícia é que a utilização isolada de estrogênio parece não provocar um efeito expressivo no desenvolvimento do câncer de mama. Vale lembrar que esse é um tratamento muito comum após a menopausa, pois auxilia na diminuição da perda óssea característica do climatério.
Por outro lado, o mesmo não se pode dizer quanto à abordagem terapêutica que combina o estrogênio com a progesterona. Depois da menopausa, esse tratamento tende a ampliar o risco de câncer nas mamas, que, nesses casos, costuma ser notado em etapas adiantadas da doença.
Já as versões bioidênticas desses compostos, ou seja, com a mesma constituição química natural do corpo humano, ainda não são associadas ao aumento das ocorrências. Na prática, isso significa que faltam análises complementares para que se possa chegar a conclusões precisas.
Adesão a métodos contraceptivos
Em comparação com as mulheres que jamais fizeram uso de pílula anticoncepcionais, aquelas que adotam o método são mais propensas a ter câncer de mama. Em contrapartida, a paralisação do consumo faz com que essa propensão diminua com o passar dos anos.
Vale salientar que outras duas metodologias contraceptivas também favorecem o aparecimento de tumores nas mamas: o DIU e as injeções de progesterona. No último caso, também é verdade que existem pesquisas inconclusivas. De qualquer forma, os demais resultados justificam a inclusão do método na lista de fatores de risco.
Além de todos esses aspectos, não poderíamos deixar de falar sobre a origem genética do câncer de mama. Trata-se, inclusive, de uma característica comum a todo tumor, marcado pela produção celular descontrolada.
Como fazer o autoexame de mama
Após tanta informação, chegou o momento de conferir, na prática, quais são as etapas do autoexame das mamas em busca de possíveis sinais de alerta. Por falar nisso, aqui vai a relação completa desses indícios:
sensação de calor excessivo ou dores;
nódulo na axila;
retração dos mamilos;
presença de sangue ou outra secreção estranha;
formação de saliências nos seios;
endurecimento das mamas;
aparecimento de veias proeminentes;
sensação de aspereza da pele que reveste os seios.
Autoexame de frente para o espelho
Posicione-se em frente ao espelho, mantenha a coluna ereta e os braços para baixo, enquanto observa as duas mamas. Em seguida, leve as mãos à cintura e a pressione com força. Depois, leve as mãos na parte de trás da cabeça e avalie se houve alguma mudança nos seios, como:
protuberância;
pele enrugada ou áspera;
enrijecimento.
Atenta ao formato dos mamilos, aperte-os a fim de constatar a liberação de algum fluido.
Autoexame durante o banho ou deitada de costas
Ainda com as mamas ensaboadas, coloque a mão direita atrás da cabeça. Posicione os dedos da outra mão na axila e venha tocando a pele em direção ao mamilo, fazendo uma espécie de espiral. Repare se você sente algum caroço ou alguma parte rígida ao longo do caminho.
Repita o processo no outro seio. Também é importante refazer as etapas com as costas viradas para baixo. Com relação à frequência de todo o autoexame, faça-o uma vez a cada 30 dias — sempre após a menstruação. Se você estiver no climatério, defina uma data fixa no mês.
À medida que se toca com regularidade e conhece melhor os detalhes do seu corpo, você tem mais chances de notar qualquer alteração. Lembre-se, entretanto, que a mamografia é essencial para conclusões precisas a respeito do diagnóstico. Mesmo que não note qualquer irregularidade, consulte-se com um mastologista de tempos em tempos, principalmente se houver casos de câncer de mama na família.
Esse foi um resumo de algumas das informações mais relevantes relacionadas ao câncer de mama e autoexame da mama. Sabemos, entretanto, que muitas mulheres ainda se sentem inseguras quanto aos exames clínicos que precisam realizar. Em ocasiões como essa, você só precisa entrar em contato com nossa equipe de enfermeiras via WhatsApp. Na Sanus, é simples assim.
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