4 orientações sobre como controlar o diabetes
Em escala global, o diabetes já é responsável por causar a morte de quase 7 milhões de pessoas. No Brasil, segundo dados recentes do Ministério da Saúde, mais de 9% dos adultos convivem com a doença. Como o registro durante o ano de 2020 foi precário, acredita-se que esse índice deva ser ainda maior. Fato é que quem é portador de diabetes precisa ficar de olho nas orientações sobre como controlar a doença.
Afinal, como se sabe, não há cura para o diabetes. Desse modo, o monitoramento adequado da doença é fundamental para que seja possível levar uma vida relativamente normal. Essa também é a forma de diminuir as chances de eventuais complicações, como o “pé diabético” (pode levar à amputação de membros), o infarto, o AVC (acidente vascular cerebral), a nefropatia (que afeta os rins) e a retinopatia (que leva à perda da visão).
Fique com a gente e aprenda a como controlar o diabetes por meio de 4 cuidados essenciais!
1. Foque a alimentação saudável
Além de conhecer alguns mitos ligados à alimentação, ter mais cautela com os alimentos que colocamos no nosso prato é uma recomendação para prevenir o diabetes do tipo 2. Versão mais comum da doença, ela basicamente deriva da associação de péssimos hábitos alimentares com o sedentarismo ao longo da vida — entre outros fatores.
De modo geral, o cardápio da pessoa diabética (com o diabetes tipo 1, tipo 2 ou o gestacional) deve levar em conta a ingestão de boas fontes nutricionais. No almoço e jantar, é importante dar preferência a alimentos integrais e fibrosos, que ajudam a evitar picos de glicemia, além de favorecer a liberação gradativa da glicose no sangue.
Na hora da sobremesa, evite doces. Lembre-se que o objetivo é privilegiar uma dieta equilibrada e com baixo índice calórico. Desse modo, é possível diminuir o risco de sobrepeso ou obesidade, aspectos totalmente ligados à piora da doença.
Nesse sentido, é igualmente recomendado consumir a versão crua desses alimentos, pois ela proporciona maior concentração de fibras. Aqui, repare que as fibras solúveis diminuem o volume de gordura (colesterol) e de açúcar da corrente sanguínea, enquanto as insolúveis promovem maior saciedade. O ideal é que haja 15 g de fibras para cada 1000 kcal.
Ao mesmo tempo, mantenha distância dos produtos ultraprocessados, como refrigerantes, sucos prontos, salgadinhos, macarrão instantâneo, biscoitos etc. Há duas boas razões para isso. Em primeiro lugar, são alimentos viciantes, o que pode favorecer o ganho de peso excessivo.
Além disso, esses itens costumam ser ricos em sódio, gorduras e açúcar. Nesse ponto, também é preciso ter muita atenção com produtos rotulados como diet ou light. O primeiro tipo indica a ausência total de um desses elementos: sódio, gordura, proteína ou, é claro, açúcar. O segundo é caracterizado pela redução de 25% desses compostos.
Contudo, tenha em mente que, em ambos os casos, existe uma compensação. Produtos com pouco ou completamente nenhum açúcar tendem a conter mais gordura do que o normal, por exemplo. Logo, fique atento ao rótulo. No geral, é preferível evitar esse tipo de item e, sempre que houver dúvida, seguir a orientação específica do seu médico.
No mais, mate a sede preferencialmente com água, em vez de recorrer a sucos artificiais ou quaisquer outras bebidas industrializadas (gaseificadas ou não), como os já mencionados refrigerantes, energéticos, cerveja etc.
2. Pratique atividade física regularmente
A prática regular de exercício físico é vital para manter o organismo e a mente saudáveis, condição que ajuda a evitar o risco de inúmeras doenças. Enquanto você caminha, corre ou pedala, por exemplo, seu corpo equilibra o teor de glicose no sangue. O efeito se mantém, em média, de 2 a 48 horas depois da atividade.
Outro aspecto de destaque se refere à contribuição do exercício físico à prevenção de complicações vasculares. Isso porque há uma diminuição da intensidade dos processos inflamatórios que acometem os vasos sanguíneos devido a problemas de absorção da insulina ou ao excesso de glicose no sangue.
De maneira ampla, mudanças do estilo de vida previnem o diabetes tipo 2 em 58% para quem tem um conjunto de fatores de risco, como:
histórico familiar positivo para a doença;
hipertensão;
sobrepeso ou obesidade;
alterações da glicemia em jejum;
registro de problema cardiovascular.
3. Fique longe do cigarro e de bebidas alcoólicas
Mesmo em pessoas saudáveis, é importante dizer que a presença do álcool no organismo interrompe ou interfere em diversos processos que estão em andamento até que o composto seja devidamente metabolizado. Soma-se a isso alguns aspectos que você precisa saber.
Para qualquer pessoa, o consumo de álcool gera uma variação da taxa de glicemia para cima e para baixo. Em doses baixas, principalmente de bebidas mais calóricas (cervejas e vinhos suaves, por exemplo), o índice glicêmico vai lá para cima. Já o excesso tende a derrubar a concentração de glicose no sangue, ao ponto de deixar o indivíduo com um quadro de hipoglicemia.
No caso do portador de diabetes, o problema passa a ser muito maior, pois a doença é caracterizada pela incapacidade fisiológica de levar a glicose do sangue para as células. Na prática, para uma pessoa com diabetes funciona assim:
baixo consumo de álcool — a glicemia sobe porque a bebida é calórica e o corpo não regula o excesso de glicose no sangue;
alto consumo de álcool — quadro de hipoglicemia grave, pois o fígado fica impedido de liberar glicose para o sangue. Além da dificuldade natural de absorver a glicose, o organismo passa a ter que lidar com a escassez da substância.
Isso não significa que indivíduos diabéticos jamais podem ingerir um copo de cerveja, por exemplo. A questão é que o hábito deve ser controlado, assim como a verificação do índice glicêmico. Ocasionalmente e de maneira moderada, a bebida pode até ser liberada — desde que o quadro esteja em estado de equilíbrio.
Com relação ao tabagismo, é necessário alertar que o hábito de fumar eleva a probabilidade de duas consequências, mencionadas no início deste artigo: a retinopatia e a nefropatia. Enquanto a primeira complicação danifica a retina e pode deixar a pessoa cega, a segunda leva à insuficiência renal.
4. Monitore seu diabetes
Por fim, você deve ficar de olho na evolução (mudanças positivas ou negativas) do seu quadro de diabetes. À medida que conversa com seu médico, realiza os exames solicitados e recebe o acompanhamento de uma equipe de assistentes personalizados de saúde, é possível manter essa doença crônica sob controle.
Simultaneamente, você mesmo precisa observar o aparecimento de certos sinais de alerta, como:
cansaço em excesso;
sede acima do normal;
urina em abundância — há casos de pacientes com diabetes descompensada que chegam a urinar mais de 3,5 L por dia;
ganho de peso;
diminuição da sensibilidade nas extremidades (pontas dos dedos das mãos e dos pés).
Todo esse acompanhamento é determinante para detectar eventuais anomalias e adiantar intervenções multifatoriais, como durante os casos de nefropatia diabética. Nessa condição, o paciente deve se submeter a um tratamento que vai além da regulação da pressão arterial e do índice glicêmico.
O diabetes é extremamente silencioso e, portanto, requer nossa atenção. Hoje, mostramos algumas orientações que permitem ao portador da doença desfrutar de uma vida longa e com qualidade. Vale dizer que esse cuidado com nosso organismo deve começar o quanto antes. Assim, aumentamos a chance de viver cada vez mais e melhor.
Quer saber o que mais você pode fazer pela saúde de hoje, pensando no amanhã? Descubra algumas dicas imperdíveis para ter um envelhecimento saudável!
_____________________________________________
Imagem da capa: image by rawpixel.com on Freepik