6 sintomas do burnout para você ficar de olho
Você está em um supermercado, mas sente uma estranha dificuldade de se encontrar em meio aos corredores e, finalmente, localizar o item que procurava. Quando acha que foi só um momento ruim, que já passou, percebe que fica um tempo maior do que o normal tentando decidir qual produto levar. Essa pode ser uma maneira relativamente sutil de o cérebro revelar um dos sintomas do burnout.
No exato momento em que acompanha este texto, é possível que muita gente se identifique com o episódio descrito acima, que relata um típico estado de confusão mental. O problema, é claro, contempla muitas origens. De alguns anos para cá, o esgotamento profissional figura entre uma das possibilidades mais comuns.
Assim como outras doenças ocupacionais, há uma relação entre o burnout e o ambiente de trabalho ou as atividades desempenhadas nele. No Brasil, mais de 85% das pessoas economicamente ativas têm algum nível de esgotamento profissional. Para ser mais preciso, 32% estão em estágio inicial, 36% em fase mediana e 17% em etapa avançada.
Em estágio severo, a síndrome pode deixar as pessoas paralisadas, engolidas pelo mar de tarefas que se acumulam dia após dia. Antes que isso aconteça, é fundamental ficar de olho nos principais sintomas do burnout e buscar ajuda especializada o quanto antes.
Conheça, a seguir, alguns detalhes de 6 alertas importantes do burnout!
1. Exaustão física e mental
O aspecto mais relevante associado ao elevado número de colaboradores brasileiros com burnout é a piora da saúde mental. Contudo, tenha em vista que o esgotamento não se limita a algum problema da mente. Além da nítida perda de concentração, inclusive para realizar tarefas simples do cotidiano de trabalho, a pessoa pode sentir uma tensão muscular acompanhada de dores.
Detalhe: isso costuma acontecer mesmo depois de, aparentemente, descansar ao longo de toda a noite. Ao acordar, é como se o indivíduo tivesse ficado acordado ou, como se diz, “dormido de mal jeito”.
2. Sonolência no trabalho
Ocasionalmente, a exaustão é derivada de noites mal dormidas. Quanto maior o acúmulo de estresse, maior tende a ser a batalha pelo tão merecido descanso. Quando finalmente consegue adormecer, já é quase hora de levantar novamente. O resultado, a gente já sabe: desconcentração e lentidão de raciocínio.
Como mostramos em outro artigo, inclusive, a qualidade do sono dos colaboradores deveria ser monitorada seriamente pelas empresas. Em ambientes fabris, o risco de acidente aumenta, enquanto o escritório é impactado pelo atraso de entregas que geram gargalos. Além disso, há uma associação entre sono e o diabetes. Conforme um estudo revisado recentemente, a falta de sono eleva a resistência do organismo à insulina.
3. Irritabilidade acima do normal
Ficar impaciente de vez em quando é algo comum e até esperado em certas situações, como durante a necessidade de resolver algum problema inesperado e complexo. No entanto, o burnout tende a deixar as pessoas mais suscetíveis a mudanças de humor. Na prática, elas ficam propensas a manifestar atitudes de grosseria com os colegas de maneira repentina e com uma energia incomum para elas.
Esse sintoma fica mais nítido diante de profissionais historicamente tranquilos, mesmo quando estão sob muita pressão. Porém, trata-se de uma característica que também pode afetar aqueles que, vez ou outra, acabam reverberando o estresse no trabalho em outras pessoas.
4. Perda da autoconfiança
O burnout se manifesta de diferentes maneiras, e não somente por meio de uma grave crise, sinal de que o problema já está em fase adiantada. Um dos alertas mais sintomáticos é a perda da autoconfiança quanto às habilidades técnicas e comportamentais.
De uma hora para outra e sem explicação aparente, a pessoa começa a duvidar de si mesma, de que é capaz de realizar determinada atividade — mesmo que ela já tenha feito a mesma tarefa várias vezes em outras ocasiões.
A autoconfiança cede lugar a uma autocrítica exagerada, que leva o colaborador a refazer o mesmo procedimento inúmeras vezes. Obviamente, isso gera consequências negativas tanto para sua equipe como para a evolução da carreira pessoal dele.
5. Queda de desempenho
O abalo da autoestima no trabalho acarreta, por exemplo, a quase inevitável queda de desempenho. De modo alinhado, tanto o engajamento como a produtividade entrem uma descendente de maneira gradual e contínua.
Em algumas circunstâncias, o processo pode ser acelerado devido a outros fatores, como a necessidade de lidar, simultaneamente, com um excesso de problemas pessoais. Nesses casos, o profissional se vê rodeado de complicações por todos os lados. Isso faz com que, naturalmente, falte energia. No trabalho ou em casa, os dias são absorvidos pela inércia.
6. Ansiedade generalizada
Assim como o estresse, a ansiedade é algo natural. O que, definitivamente, não é normal é se sentir ansioso devido ao trabalho mesmo durante os fins de semana, com aumento considerável na noite de domingo, conforme o indivíduo vai se aproximando da segunda-feira.
Os sintomas do chamado TAG (transtorno de ansiedade generalizada) variam. Há quem tenha suor em excesso, alteração dos batimentos cardíacos e até uma disfunção do sistema gastrointestinal.
O esgotamento profissional é um assunto tão sério que, desde janeiro de 2022, a OMS (Organização Mundial da Saúde) o integrou à sua lista de doenças ocupacionais. Além de ficar de olho nos sintomas do burnout que apresentamos, você deve fazer mais duas coisas: ficar longe da glamourização do workaholic e dar a devida atenção ao estresse e à qualidade do seu bem-estar mental.
Quanto ao último ponto, comece hoje mesmo: conheça 6 dicas imperdíveis para cuidar da sua saúde mental!