Exame de mama: tire as principais dúvidas sobre a mamografia
No caso das mulheres, à exceção do câncer de pele não melanoma, o câncer de mama é o tipo mais prevalente. Em termos de mortalidades por neoplasia, a doença ocupa o primeiro lugar. Para evitar o pior, é necessário realizar a mamografia, exame de mama fundamental para a precisão do diagnóstico.
Em um primeiro momento, os dados relacionados à incidência e morte assustam, mas existe uma esperançosa contrapartida: a taxa de 95% de cura para os casos diagnosticados e tratados no início.
O problema é que a cada quatro mulheres que passam por uma unidade do SUS (Sistema Único de Saúde), três recebem o diagnóstico tardio. Em estágios avançados do câncer, a eficácia dos tratamentos cai drasticamente.
Desde 2015, o INCA (Instituto Nacional do Câncer) indica a mamografia como método de rastreio precoce de possíveis indícios do câncer de mama. A seguir, você confere os esclarecimentos para as principais dúvidas das mulheres sobre esse tipo de exame.
O que é mamografia?
Trata-se de um exame que gera imagens a partir da emissão de raios-x, que nada mais são do que um tipo de onda eletromagnética. A partir da leitura das radiografias, é possível detectar alterações suspeitas nas mamas.
O INCA salienta, inclusive, que o grande objetivo da mamografia é dar o primeiro passo rumo ao diagnóstico do câncer de mama. A confirmação depende da realização posterior de biópsia, que consiste na extração de uma pequena parte de tecido para análise laboratorial.
Quando fazer esse exame de mama?
Embora a maioria reconheça a importância de se submeter à mamografia, a faixa etária ideal é uma das maiores incertezas das mulheres com relação ao exame de imagem das mamas.
Na rede do SUS, a mamografia é indicada para as pacientes com idades entre 40 e 69 anos. De modo geral, não há bem um consenso sobre essa questão. Para muitos especialistas, por exemplo, mamografias em pacientes com menos de 50 anos representa o aumento da probabilidade de falsos-negativos ou falsos-positivos.
No primeiro caso, a densidade das mamas dificulta a detecção de nódulos e, por sua vez, da doença em si. Na segunda hipótese, a detecção equivocada pode fazer com que a mulher vivencie um contexto de ansiedade e apreensão totalmente desnecessário.
No entanto, o Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) alerta para o aumento do diagnóstico de câncer de mama em mulheres com menos de 40 anos. De 2009 a 2020, a taxa saltou de 7,9% para 21,8%.
Diante dessa realidade, a recomendação do exame para mulheres com idade inferior a 50 anos segue em pauta. Esse é o posicionamento de diversos institutos, como a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e a Sociedade Brasileira da Mastologia. Ambos defendem o início dos exames a partir de 40 anos.
Por fim, vale frisar que os quadros envolvendo pacientes com histórico familiar e outros fatores de risco requerem análises detalhadas. De acordo com as especifidades, pode-se recomendar a mamografia para mulheres com menos de 40 anos.
Quais são os benefícios e os riscos associados à mamografia?
A mulher tem direito à realização da mamografia e precisa, igualmente, conhecer os riscos atrelados a esse método auxiliar de diagnóstico do câncer de mama. Definitivamente, o exame é indispensável para que, em caso de detecção, a doença seja tratada de forma menos agressiva e traumática.
Porém, também precisamos apontar alguns fatores que podem causar experiências ruins. Como já comentamos, as biópsias são necessárias para confirmar o câncer. Acontece que episódios falso-positivos submetem a paciente a um contexto que tende a prejudicar sua saúde mental e emocional.
Observe, entretanto, que esse tipo de situação não é usado para fazer campanha contrária à mamografia. Na verdade, o fato chama nossa atenção para a importância de oferecer um suporte e acompanhamento psicológico às mulheres que precisem passar por todo esse processo de análise.
A situação inversa, motivada por falsos-negativos, é igualmente complicada, pois proporciona uma sensação equivocada de segurança às pacientes. Portanto, é imprescindível que o exame seja efetuado com cuidado e acurácia, a fim de garantir detecções com o maior grau de precisão possível.
Quais são as consequências da radiação durante o procedimento?
Algumas pessoas alimentam certo receio quanto ao procedimento por conta da emissão de radiação. Basicamente, isso se deve à associação que fazemos entre a propagação dessas ondas eletromagnéticas e o próprio desenvolvimento do câncer.
Porém, o nível de radiação dos raios-x utilizados na mamografia é extremamente baixo e, portanto, não deve ser uma fonte de preocupação das mulheres. Cabe ao médico tranquilizá-la com relação a isso. Por outro lado, existem contraindicações, como mostraremos abaixo.
E com relação a gestantes?
Mesmo que tenha dose extremamente reduzida, a radiação gerada durante a mamografia seria o bastante para contraindicá-la a mulheres que estejam em fase de gravidez.
Seria porque, conforme posicionamento do INCA, o procedimento pode ser efetuado em gestantes desde que a paciente seja protegida com uma peça de chumbo sobre a região abdominal.
Em contrapartida, o órgão reforça a contraindicação do procedimento em mulheres que estejam em fase de amamentação por conta do aumento da densidade das mamas, condição que diminui a eficácia da mamografia.
Qual é a periodicidade ideal da mamografia?
O INCA indica que a mamografia deve ser realizada a cada dois anos e partir dos 50 anos de idade. Para a Sociedade Brasileira de Mastologia e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, as mulheres devem efetuar a mamografia anualmente e a partir dos 40 anos.
Essas são as dúvidas mais frequentes atreladas à mamografia. Como você pode ver, trata-se de um exame de mama que levanta algumas divergências entre os especialistas. Por isso, é essencial que todos os fatores de risco e contextos característicos sejam conhecidos e tratados de maneira individualizada pelo seu médico.
Se chegou até aqui, aproveite para conhecer 5 formas eficazes para prevenir o câncer de mama!
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