Fevereiro laranja e roxo: saiba tudo sobre essa campanha de saúde

Como você já deve saber, todos os meses recebem uma coloração especial, usada para identificar uma campanha de prevenção de saúde específica. No último trimestre, por exemplo, tivemos o Outubro Rosa, o Novembro Azul e o Dezembro Vermelho, que se referem à conscientização do câncer de mama, do câncer de próstata e de infecções sexualmente transmissíveis, respectivamente. No início do ano,  foi a vez do Janeiro Branco, ligado à saúde mental. Agora, precisamos falar sobre o Fevereiro Laranja e Roxo.

Nesse período, o foco se volta para a conscientização e debate sobre a leucemia, o lúpus, o Alzheimer e  a fibromialgia. Ao conhecer as características de cada uma dessas doenças, as pessoas podem não apenas procurar ajuda médica com antecedência e, se necessário, iniciar o tratamento adequado durante os estágios iniciais da enfermidade.

Confira, a seguir, tudo o que você precisa saber sobre o assunto!

Leucemia

A leucemia é uma modalidade de tumor maligno que afeta diretamente os glóbulos brancos, células de defesa do nosso organismo. O problema, entretanto, não para por aí. Isso porque a síntese de glóbulos vermelhos e plaquetas é comprometida pelo acúmulo de leucócitos defeituosos na medula óssea, um tecido situado dentro dos nossos ossos e que é responsável pela produção dessas três células.

Tipos

Há mais de 12 variações de leucemia. Os quatro tipos principais são:

  • leucemia mieloide aguda (LMA);

  • leucemia mieloide crônica (LMC);

  • leucemia linfocítica aguda (LLA);

  • leucemia linfocítica crônica (LLC).

A LMA e a LLA são classificadas como leucemia aguda, pois elas se desenvolvem rapidamente e exigem tratamento imediato. Já a LMC e a LLC são versões crônicas da doença, sendo que o processo de desenvolvimento de ambas é mais lento do que o das demais. Também é importante dizer que a LMC e a LLC podem atuar de maneira silenciosa por muitos anos.

Sintomas

Os sintomas comuns da leucemia são:

  • fadiga;

  • fraqueza;

  • anemia;

  • palidez;

  • sangramentos nasais;

  • infecções persistentes;

  • hematomas incomuns;

  • sudorese noturna;

  • febre.

No entanto, a leucemia crônica tende a se desenvolver de forma mais silenciosa. Além disso, é possível perceber que boa parte dos sintomas acima podem ser confundidos com os de outras doenças, o que torna o diagnóstico precoce e o acompanhamento médico regular essenciais.

Tratamento

Para tratar a leucemia aguda, são utilizados os seguintes métodos:

  • quimioterapia;

  • monitoramento de complicações infecciosas e hemorrágicas;

  • prevenção ou tratamento da doença no Sistema Nervoso Central (cérebro e medula espinhal). Para alguns quadros, pode ser necessário um transplante de medula óssea.

O tratamento é realizado em etapas. Na primeira fase, busca-se a remissão completa, que é alcançada cerca de um mês após o início da combinação de quimioterápicos. No entanto, ainda podem restar células leucêmicas no organismo, o que requer a continuação do tratamento para evitar uma recaída. Nas etapas seguintes, o tratamento varia conforme o tipo de célula atingida pela leucemia.

Na leucemia linfoblástica aguda (LLA), o tratamento da remissão é dividido em três estágios:

  • indução;

  • consolidação — etapa intensiva;

  • manutenção — fase branda e que se estende por diversos meses.

Ao longo da abordagem terapêutica, podem surgir complicações, derivadas da baixa concentração de leucócitos normais, que levem o paciente à internação.

Já na leucemia mieloide aguda (LMA), a fase de manutenção só acontece nos quadros de leucemia promielocítica aguda. Para essa situação, existe um tratamento com combinação de quimioterapia e tretinoina, que apresenta altas taxas de cura.

O tratamento da leucemia mieloide crônica (LMC), por sua vez, é realizado com medicamentos orais que inibem a tirosina quinase, que nada mais é do que a proteína causadora da LMC. Diferentemente do que ocorre com abordagens quimioterápicas, este tratamento é chamado de "alvo específico", pois foca somente as células problemáticas, preservando as normais. Por outro lado, a quimioterapia pode ser acionada, caso os inibidores não surtam o efeito esperado.

Por fim, a leucemia linfocítica crônica (LLC) é tratada com medicamentos quimioterápicos e imunológicos. A definição de qual procedimento adotar é feita com base em determinados aspectos de cada pessoa. Na prática, são avaliados desde a faixa etária do paciente à existência de outras condições médicas — com destaque para o nível de tolerância à ação da quimioterapia.

Embora a leucemia seja uma doença grave, é importante lembrar que muitas pessoas são capazes de superá-la. Com o avanço da medicina e o diagnóstico precoce, a perspectiva de tratamento e sobrevivência tem melhorado significativamente. É fundamental que as pessoas estejam cientes dos sintomas e realizem exames regulares para um diagnóstico precoce e um tratamento adequado.

Lúpus

Classificada como autoimune, o lúpus é uma daquelas doenças em que as células de defesa do organismo passam a atacar órgãos e tecidos do corpo sem razão aparente. Da pele ao cérebro, o lúpus tem ampla abrangência e pode, por isso, ser fatal em determinados casos.

Apesar de sua causa ainda não ser totalmente conhecida, acredita-se que fatores externos possam estar envolvidos no desenvolvimento de doenças autoimunes, especialmente se houver predisposição genética e uso de certos medicamentos.

Embora a maioria dessas doenças seja crônica e não transmissível, muitas podem ser gerenciadas por meio de tratamento. Outro detalhe é que os sintomas podem aparecer e sumir sem motivo aparente.

É importante ressaltar que o Lúpus é uma das mais graves e relevantes doenças autoimunes, entre as mais de 80 detectadas até o momento. Desse modo, é crucial buscar atendimento médico especializado imediatamente após o surgimento dos primeiros sintomas.

Tipos

Existem quatro formas distintas em que o Lúpus pode se manifestar, cada uma com suas causas específicas. Estes são as principais variantes:

  • Lúpus discoide: limitado à pele, pode ser identificado por lesões avermelhadas com formatos, tamanhos e colorações específicas, principalmente no rosto, nuca e couro cabeludo.

  • Lúpus sistêmico: é a vertente mais comum da doença e pode variar de leve a grave. Nessa forma, a inflamação se alastra por todo o organismo, afetando diversos órgãos e sistemas, como pele, sangue, pulmões, articulações, rins e o coração. O Lúpus discoide tem chance de se tornar sistêmico.

  • Lúpus induzido por drogas: igualmente comum, essa variante da doença ocorre quando substâncias de certos medicamentos ou drogas ocasionam processos inflamatórios que geram sintomas semelhantes aos do lúpus sistêmico. Geralmente, a doença desaparece quando a utilização da substância é interrompida.

  • Lúpus neonatal: apesar de raro, a presença de lúpus nas gestantes tende a provocar sintomas da doenças nos bebês recém-nascidos. Entre os problemas frequentes, estão algumas complicações no funcionamento do fígado, baixa contagem de células sanguíneas e erupções cutâneas. A boa notícia é que esses sintomas costumam se desvanecer de maneira natural depois de alguns meses.

Sintomas

Os sintomas do lúpus podem aparecer de forma abrupta ou gradual, serem transitórios ou permanentes e com intensidade moderada ou severa. Os casos mais brandos são os mais frequentes, geralmente associados a crises passageiras.

Entre os sintomas gerais mais frequentes, estão:

  • fadiga;

  • febre;

  • inchaço e rigidez dos músculos;

  • lesões cutâneas e vermelhidão no formato de "borboleta" nas faces, com incidência de 50%. Essa espécie de mancha piora com a exposição à luz solar e pode se espalhar por outras partes do corpo;

  • dores nas articulações;

  • dificuldade para respirar — com possível dor no peito;

  • dores de cabeça, confusão mental e perda de memória;

  • ansiedade generalizada.

Tratamento

Por ainda ser incurável, o tratamento do lúpus é paliativo e visa apenas manter os sintomas sob controle, a fim de melhorar a qualidade de vida das pessoas. A abordagem é individualizada e feita com base na intensidade e agressividade da doença em cada paciente.

Para quadros leves, o tratamento é efetuado com:

  • corticoide (em pomada) e filtro solar para pequenas lesões na pele;

  • anti-inflamatórios não esteroides para artrite e pleurisia;

  • hidroxicloroquina (droga antimalárica) e corticoides em doses reduzidas para tratar a pele e a artrite.

Para casos graves, são  considerados:

  • corticoides em alta dosagem ou imunossupressores para reduzir a resposta do sistema imune;

  • drogas citotóxicas, que inibem o desenvolvimento celular. Essas drogas podem ser necessárias diante de uma eventual ineficácia dos corticoides ou quando os sintomas piorarem após a suspensão desses medicamentos.

Outro ponto que merece atenção é que o tratamento medicamentoso aplicado nas pessoas com maior gravidade provocam reações adversas. Por isso, o acompanhamento médico de perto é imprescindível.

Alzheimer

O Alzheimer é uma condição neurodegenerativa progressiva que afeta principalmente pessoas idosas. A DA é causada pela degeneração e morte de células cerebrais, que resulta em uma diminuição gradual das funções cognitivas e motoras.

A condição é considerada a principal causa de demência em todo o mundo, afetando cerca de 50 milhões de pessoas atualmente. Vale dizer, entretanto, que o Alzheimer não é exclusividade da população acima dos 60 ou 65 anos, pois já há registro da doença em pessoas com menos de 30 anos.

Fases e sintomas

Como se sabe, a deterioração do Alzheimer é contínua e irreversível. O sintomas se manifestam ao longo das 4 fases da doença:

  • 1 — o início: problemas de memória, variações de personalidade e comprometimento das habilidades visuais e espaciais;

  • 2 — o avanço: dificuldade para falar, para concluir atividades corriqueiras do cotidiano e para se locomover. Agitação e insônia;

  • 3 — a piora: resistência em executar tarefas diárias. Incontinência urinária e fecal. Dificuldade em se alimentar. Deficiência motora progressiva;

  • 4 — a etapa final: confinamento ao leito, ausência de fala, dor ao engolir e infecções secundárias.

Prevenção

Não existe uma forma infalível de evitar o Alzheimer, uma vez que ele está relacionado a mutações genéticas presentes em algum indivíduo da família. No entanto, acredita-se que é possível, no mínimo, adiar as fases mais graves e tensas do transtorno.

Para tanto, vale a pena investir em atividades que mantenham o corpo e o cérebro ativos e saudáveis, como:

  • ler ou estudar;

  • realizar jogos desafiadores, como enigmas;

  • praticar exercícios físicos regularmente;

  • encontrar-se e conversar com outras pessoas;

  • diminuir ou evitar o consumo de bebidas alcoólicas.

Tratamento

O tratamento é baseado em medicamentos, que são prescritos pela equipe médica e podem minimizar os sintomas da doença. O objetivo do tratamento é estabilizar o comprometimento cognitivo, comportamental e da capacidade de realizar atividades diárias, ou modificar as manifestações da doença, com o mínimo de efeitos colaterais.

O Ministério da Saúde disponibiliza nas unidades de saúde de todo o país o adesivo transdérmico de Rivastigmina para o tratamento da doença. Também é necessária a combinação de outros medicamentos, como donepezila, galantamina, rivastigmina e memantina.

Além disso, é fundamental que os pacientes recebam apoio emocional e social, tanto da família, quanto de amigos e de profissionais de saúde, para lidar com as mudanças comportamentais e neuropsiquiátricas associadas à doença.

O diagnóstico precoce é determinante para que a abordagem terapêutica seja eficaz e, assim, possa retardar a progressão do transtorno. Se você ou alguém que você conhece está apresentando sintomas de Alzheimer, procure por ajuda especializada o mais rápido possível.

Fibromialgia

A fibromialgia é uma síndrome que causa dor crônica generalizada e sensibilidade em todo o corpo, especialmente nos músculos, ligamentos e tendões. Quem sofre com a doença costuma passar anos lutando para obter um diagnóstico preciso, pois os sintomas são parecidos com os de outras condições, como artrite, doenças autoimunes e distúrbios do sono.

Sintomas

Os mais comuns são:

  • fadiga;

  • dificuldade de entrar em sono profundo;

  • cansaço;

  • desconcentração frequente;

  • depressão.

Tratamento

Uma vez diagnosticada, a fibromialgia não tem cura, mas existem tratamentos que podem ajudar a aliviar os sintomas, como medicamentos para dor, terapia física, terapia ocupacional e aconselhamento psicológico. A prática mais importante é o exercício aeróbico, responsável por movimentar o corpo e aumentar a frequência cardíaca.

É importante lembrar que a fibromialgia é uma condição real que pode ter um impacto significativo na vida das pessoas. Muitas vezes, os pacientes têm dificuldade para realizar atividades diárias, trabalhar e participar de atividades sociais. Por conta disso, é essencial que os pacientes com fibromialgia recebam o suporte e a compreensão necessários de seus amigos, familiares e profissionais de saúde para gerenciar seus sintomas e melhorar sua qualidade de vida.

Como você pôde ver, o Fevereiro Laranja e Roxo foca a conscientização a respeito da fibromialgia, do lúpus, do Alzheimer e da leucemia. No último caso, vale ainda lembrar que a campanha também enfatiza a importância da doação de medula óssea, já que o transplante do órgão aumenta consideravelmente as possibilidades de cura da doença.

Por falar em cura, que tal se proteger daquelas doenças que podem ser evitadas? Quer saber como? Veja quais são as 5 vacinas que os adultos devem tomar!
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Capa: image by Freepik

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