Setembro Amarelo: aprenda a ajudar alguém que está com ideação suicida

Campanha anual de prevenção do suicídio, o Setembro Amarelo convida toda a sociedade a refletir a respeito de um problema de origem multifatorial. Profundamente ligada a quadros de transtorno mental e emocional, fato é que diversos aspectos contribuem para a geração ou agravamento desse cenário. 

No mundo, são mais de 700 mil casos por ano. No Brasil, o total de suicídios cresceu 11,8% no intervalo entre 2021 e 2022. A mudança desse panorama depende do esforço conjunto de diferentes instituições que compõem a sociedade, como a empresa onde você trabalha. 

É fato que o RH precisa se mexer. Porém, é comum que a ajuda mais valiosa venha de quem está mais próximo da pessoa que apresenta saúde mental e emocional debilitada, sob risco de fomentar a ideação suicida. 

Isso porque nem sempre a pessoa com tendência a ameaçar a própria vida busca auxílio especializado. No entanto, a vontade de ajudar causa muitas dúvidas sobre como identificar o possível problema, o que dizer e como agir. A situação costuma deixar as pessoas em inércia. 

Se esse é o seu caso, confira algumas dicas essenciais para lidar com a questão da melhor maneira possível. 

Preste atenção aos sinais 

A correria do dia a dia impede muita gente de manter o convívio ideal com familiares e amigos. Mesmo assim, é fundamental ficar atento a pequenas nuances de pensamento e de comportamento das pessoas mais próximas. 

Geralmente, o indivíduo passa por todo um processo, que não se inicia com a ideia de acometer contra a própria vida. Na verdade, é comum que ele comece a manifestar alguns pensamentos distantes de qualquer planejamento suicida

Quando alguém diz que seria melhor que algum cometa atingisse a Terra e exterminasse os seres humanos, por exemplo, talvez não seja necessariamente uma brincadeira ou um modo de dizer. 

Evidentemente, é preciso ter cautela com conclusões precipitadas. Contudo, se esse tipo de frase se repetir com relativa frequência, for expressa em tom melancólico e, principalmente, estiver conectado com outros fatores, é aconselhável observar mais de perto

Tenha em vista que, conforme essa perda da vontade de viver aumenta, o pensamento suicida tende a ganhar força. Em outras palavras, começa a procura por métodos que aliviem o a dor. 

Tentar detectar em qual estágio a pessoa está também é papel dos mais íntimos a ela. Além das frases conectadas com o fim do mundo, vale a pena verificar outros aspectos, como: 

  • adoção de posturas que arrisquem a vida de uma hora para outra, como provocar brigas na rua com desconhecidos, frequentar locais perigosos etc; 

  • repetição constante de episódios de euforia seguidos de desânimo total e pessimismo; 

  • isolamento social até mesmo de pessoas com as quais havia um profundo convívio anteriormente; 

  • desinteresse por atividades que, antes, eram prazerosas; 

  • ausência de planos para qualquer período futuro. 

Converse de forma transparente 

Outro ponto indispensável é o diálogo. Porém, as conversas devem manter um tom amigável, sem pender demais para o lado investigativo. Os psicólogos, inclusive, aconselham as interações sobre morte com pessoas propensas a desenvolver ideação suicida. 

Essa atitude abre espaço para que o indivíduo exteriorize o que ele está sentindo. Apesar de todo o sofrimento e contexto que esteja vivenciando, a pessoa precisa saber que há alguém no mundo em quem ela possa confiar. 

Uma vez que se trata do estabelecimento de um relacionamento de confiança, os julgamentos estão totalmente fora de questão. Nesse sentido, jamais mencione palavras ou frases ligadas à covardia, fraqueza, mediocridade ou quaisquer sentimentos depreciativos. 

Na mesma linha de raciocínio, evite comparações vazias com as dificuldades enfrentadas diariamente por outras pessoas. Esse tipo de postura praticamente anula a subjetividade de quem sofre algum problema mental ou emocional. Mesmo que existam experiências parecidas ou piores, o sofrimento é individual. 

Ao sustentar um posicionamento flexível, respeitoso e que se preocupa mais em escutar do que em opinar, o outro se sentirá mais seguro. Com essa postura acolhedora, você tem chances de criar um ambiente favorável ao estabelecimento de uma conexão mais forte e duradoura. 

Desse modo, talvez aquela seja a primeira conversa de muitas outras. O ponto crucial, aqui, é demonstrar que você está disponível para reviver essa troca aberta e amigável sempre que for necessário. 

Incentive a busca por atendimento e tratamento 

Lembre-se que, muitas vezes, a pessoa com tendência ao suicídio precisa de suporte especializado. Porém, a atitude que comentamos anteriormente, ligada ao diálogo aberto e cristalino, é determinante para preservar o indivíduo de sentimentos que só agravariam seu quadro, como opressão e vergonha. 

A ideia é seguir uma rota contrária, ou seja, contribuindo para o aumento da tranquilidade. Esse resultado depende de nossa capacidade de demonstrar que a ideação suicida é apenas um sintoma de que algo precisa ser tratado adequadamente. 

Com a relação de confiança consolidada, mencionar a necessidade de tratamento deixa de ser visto como uma fraqueza. Para quem está tomado pela desesperança, a menção da terapia é uma forma de dizer que sua vida é muito valiosa, que sua existência importa. 

Em estado de vulnerabilidade psicológica e emocional, é normal que haja aversão à mera possibilidade de se iniciar uma psicoterapia. Assim, também é necessário se preparar para acompanhar a pessoa até o local de tratamento, ao menos no começo.  Também é válido explicar como as sessões de terapia funcionam

Seja para obter escuta terapêutica, seja para receber prescrição de medicamentos apropriados, é importante entender a relevância da intervenção médica. As consultas são, inclusive, indispensáveis para avaliar se o quadro em questão requer a adição de medicação. 

Dito tudo isso, evite transmitir sentimentos de ansiedade ou pressa. Essas atitudes costumam desestabilizar todo elo construído gradativamente e comprometer a busca do convencimento ao início ou manutenção do tratamento. 

Algo que ajuda bastante nesse processo é contar com um concierge de saúde, ou seja, com uma equipe multidisciplinar de saúde para as mais variadas situações. No Sanus Saúde, o suporte é individualizado e personalizado. 

Na prática, toda a comunicação ocorre via WhatsApp, em que você tira dúvidas a respeito das especialidades envolvidas em cada caso, além de conhecer os locais mais próximos para agendar uma eventual consulta. 

Experientes, nossas enfermeiras realizam atendimento humanizado e estão preparadas para proporcionar conforto emocional e permanecer ao seu lado em todas as etapas (do pré ao pós-atendimento). 

Em campanhas como o Setembro Amarelo e ao longo do ano, permanecemos à disposição para ajudar os beneficiários do plano de saúde da melhor maneira possível. 

Se sua empresa ainda não oferece essas facilidades, peça o Sanus Saúde ao seu RH.

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Imagem da capa: Freepik

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