Tipos de estresse e como tratar o problema

O dinamismo cada vez mais rápido da sociedade moderna nos impõe diversas dificuldades, situações específicas e decisões delicadas, com as quais precisamos lidar praticamente o tempo todo. Esses eventos podem ser esporádicos ou se repetirem e se acumularem ao longo de meses e anos. O fato é que, em ambos os casos, estamos sujeitos a sofrer diferentes tipos de estresse.

Capaz de impactar a vida de muitas pessoas, esse mal tende a provocar diversos sintomas e consequências para a saúde. Irritabilidade fora do normal, ansiedade generalizada, perda da qualidade do sono, dores de cabeça e nos músculos, problemas digestivos e respiratórios. Essa é uma pequena lista que mostra a importância de manter o estresse sob controle.

A seguir, você fica por dentro das classificações do estresse e dos pilares das abordagens terapêuticas eficazes para tratá-lo. Boa leitura!

Tipos de estresse

Aqui, apresentamos as principais características das variações de estresse.

Estresse agudo

O estresse agudo é uma reação imediata do corpo a uma situação que é percebida como ameaçadora ou desafiadora. Trata-se de uma resposta natural do organismo que ativa o sistema nervoso simpático e desencadeia a liberação de hormônios como adrenalina e cortisol.

De modo geral, essa ação característica do estresse é benéfica, pois ajuda a preparar nosso corpo para lidar com certas ameaças. Em uma situação de perigo iminente, por exemplo, o estresse agudo pode:

  • aumentar a frequência cardíaca e a respiração;

  • dilatar as pupilas;

  • liberar glicose na corrente sanguínea;

  • aumentar a pressão arterial.

Todo esse conjunto de medidas é normal e serve para nos preparar para uma possível fuga ou luta. Porém, quando essa combinação interna passa a acontecer com alta frequência, ela pode levar a sérios problemas de saúde, como:

  • Tag (transtorno de ansiedade generalizada);

  • depressão;

  • hipertensão;

  • doenças cardiovasculares;

  • distúrbios do sono.

É importante saber identificar quando o estresse agudo está se tornando crônico e buscar formas saudáveis de lidar com ele. Veja mais detalhes no tópico sobre tratamento.

Estresse agudo episódico

O estresse agudo episódico é caracterizado por eventos repetitivos de estresse agudo que ocorrem frequentemente na vida de uma pessoa. Indivíduos que apresentam esse tipo de estresse tendem a ter uma personalidade impulsiva, competitiva e exigente consigo mesmos e com os outros. Além disso, costumam ser excessivamente críticos e perfeccionistas.

Essas pessoas costumam se envolver em muitas atividades, acumulando responsabilidades e tarefas. A constante preocupação com o trabalho, com a família, com as finanças e com outros aspectos da vida favorece o fortalecimento de uma sensação de sobrecarga. Em um médio e longo prazo, esse cenário prejudica tanto o bem-estar físico como o mental.

Estresse crônico

Já o estresse crônico é uma resposta prolongada do corpo a situações estressantes, que podem durar semanas, meses ou até anos. Diferentemente do estresse agudo, que é uma reação imediata a uma ameaça percebida, o estresse crônico deriva de diversos fatores, como:

  • problemas financeiros;

  • relacionamentos conflituosos;

  • sobrecarga no trabalho.

Uma das características do estresse crônico é que, muitas vezes, a pessoa não percebe que está sofrendo com ele, pois a resposta do corpo torna-se habitual e o problema é incorporado à rotina. Por isso, é importante estar atento a sinais de alerta persistentes, como:

  • cansaço constante;

  • irritabilidade;

  • mudanças de humor;

  • cefaleia;

  • dores musculares.

Estresse pós-traumático

Como o próprio nome diz, o estresse pós-traumático é um distúrbio que pode ocorrer após uma experiência traumática. Pode ser um acidente grave, uma agressão física, sexual ou psicológica, uma guerra ou um desastre natural.

Também entra na lista qualquer outro cenário que tenha colocado a vida em risco ou causado um impacto emocional profundo. No último ponto, o exemplo mais vivo em nossas memórias é a pandemia da Covid-19, principalmente no caso de pessoas que perderam familiares ou amigos ao longo da crise sanitária.

As pessoas que sofrem de estresse pós-traumático podem apresentar, entre outros, os seguintes sintomas: 

  • flashbacks;

  • pesadelos;

  • irritabilidade;

  • isolamento social;

  • fuga de lugares ou situações que lembrem o trauma;

  • sentimentos de culpa ou de vergonha.

O estresse pós-traumático é um problema que pode afetar nossa vida de diversas formas, prejudicando seu desempenho no trabalho, nas relações sociais e familiares, além de causar sofrimento emocional intenso.

Estresse oxidativo

No caso do estresse oxidativo, temos um desequilíbrio entre a produção de radicais livres e a capacidade do organismo de neutralizá-los por meio de antioxidantes. Esse processo ocorre naturalmente no corpo, mas pode ser agravado por determinados fatores. Poluição, exposição a toxinas, má alimentação e o próprio estresse crônico são alguns desses aspectos.

O estresse oxidativo tende a provocar danos nas células e no DNA, além de contribuir para o desenvolvimento de doenças, como câncer, doenças cardiovasculares e neurodegenerativas — só para mencionar algumas delas. Soma-se a isso o fato de que esses radicais livres atacam as células saudáveis do organismo, causando inflamações e deteriorações nos tecidos.

Estresse pós-parto

Aqui, trata-se de uma condição exclusiva das mulheres e, como a expressão aponta, acontece no período posterior ao nascimento do bebê. Nessa situação, a mãe costuma expressar:

  • tristeza;

  • ansiedade;

  • alterações do humor;

  • sensibilidade aflorada e choro fácil;

  • dificuldade para dormir;

  • desinteresse por atividades que antes eram prazerosas.

Alguns desses sintomas são comuns nas primeiras semanas após o parto, mas quando persistem por mais tempo e afetam a rotina e o bem-estar da mãe e do bebê, podem indicar o desenvolvimento de estresse pós-parto.

Quanto às origens do problema, há fatores físicos envolvidos, como as mudanças hormonais e a recuperação do corpo após o parto. Existe também uma associação a aspectos emocionais, como a sobrecarga de responsabilidades, a falta de suporte familiar ou profissional e, essencialmente, o medo de não ser capaz de cuidar adequadamente do bebê.

É importante lembrar que o estresse pós-parto não se resume a um sinal de fraqueza ou incapacidade da mãe, mas sim uma condição que pode afetar mulheres de todas as idades e classes sociais.

Dito isso, é fundamental que as mulheres sejam acolhidas e apoiadas durante essa fase, para que possam lidar com as mudanças físicas e emocionais que ocorrem após o parto. O diálogo aberto com o parceiro, a família e os profissionais de saúde ajuda a identificar precocemente o estresse pós-parto e a promover medidas preventivas para reduzir seus efeitos negativos na saúde da mãe e do bebê.

Tratamento

Para tratar o estresse é importante buscar atividades que possam ajudar a relaxar e a diminuir a tensão acumulada no dia a dia. Praticar exercícios físicos, meditação e outras técnicas de relaxamento, como yoga e massagem, são boas opções para reduzir o estresse no trabalho e na vida particular.

Ao mesmo tempo, é essencial:

  • ficar informado sobre mitos da alimentação;

  • cuidar melhor do sono;

  • manter um estilo de vida saudável;

  • evitar o consumo excessivo de álcool e café;

  • não fumar.

Porém, é importante lembrar que cada pessoa lida com o estresse de uma forma diferente e nem sempre essas medidas são suficientes para controlar o problema. Além disso, o ponto-chave para o sucesso do tratamento é o foco direcionado às suas causas. Há muitos casos em que o ideal é buscar ajuda médica e psicológica para avaliar a necessidade de medicação ou terapia.

Tenha em vista também que a abordagem terapêutica varia conforme os tipos apresentados. Como exemplo, o tratamento do estresse crônico envolve mudanças profundas do estilo de vida, o que inclui:

  • reduzir o número de atividades e tarefas;

  • estabelecer prioridades;

  • ter um plano para melhorar a saúde física;

  • praticar meditação e técnicas de relaxamento;

  • preservar um cardápio equilibrado

Lembre-se também que o tratamento do estresse crônico é um processo gradual e que requer dedicação e comprometimento para que se obtenha resultados positivos.

Em qualquer dos casos, o auxílio de terapeutas é vital para identificar a origem do problema e providenciar o tratamento apropriado. Especificamente quanto aos quadros de estresse pós-traumático ou pós-parto, é importante que haja suporte e acompanhamento de profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras.

Esses profissionais quais terapias tendem a surtir o melhor efeito, como a terapia cognitivo-comportamental. Eles são igualmente indispensáveis para ajudar o paciente a lidar com as emoções e memórias relacionadas ao trauma ou, com relação às gestantes, à convivência com o bebê recém-nascido.

Como em outras condições, a eficácia do tratamento também depende da qualidade da assistência médica disponível e, é claro, da forma como você a utiliza. Em outras palavras, para usufruir dos benefícios de contar com uma excelente rede de atendimento é necessário aprender a usar seu plano de saúde. Parece óbvio, mas muita gente simplesmente não sabe.

Como você pôde ver, existem algumas peculiaridades entre os tipos de estresse, que podem surgir a qualquer momento e se manifestar em diferentes esferas de nossas vidas. No ambiente de trabalho, o distúrbio pode culminar em um burnout. Para se proteger dessa e de outras consequências, você precisa cuidar melhor do seu corpo e da sua mente.

Quer começar agora mesmo? Dê uma olhada nestas 6 dicas imperdíveis para cuidar da sua saúde mental!

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