Como prevenir doenças ocupacionais na sua empresa?

Momentos de relaxamento no trabalho são indispensáveis — Imagem de lookstudio by Freepik

Entre diversos desafios cotidianos, a área de Recursos Humanos precisa encontrar meios eficazes de manter os índices de absenteísmo e turnover em patamares aceitáveis e sob controle. Ao mesmo tempo, o setor é indispensável na hora de ajudar a aumentar a produtividade no trabalho. De uma maneira outra, ambos os objetivos estão conectados à prevenção de doenças ocupacionais.

Inicialmente, esse tipo de enfermidade interfere no desempenho profissional individual dos colaboradores. Conforme a frequência e a intensidade das ocorrências, as horas de trabalho usadas para ir ao médico e os pedidos para sair mais cedo logo aparecem e se acumulam. Com o passar do tempo, o RH também começa a lidar com o aumento da rotatividade de funcionários.

Para evitar tudo isso, você deve montar um plano efetivo contra o desenvolvimento de doenças ocupacionais. Saiba como criar o seu agora mesmo!

Quais são as principais doenças ocupacionais?

Doença ocupacional é todo problema de saúde derivado das funções específicas de cada profissão, das condições laborais ou da qualidade do ambiente corporativo. A partir dessa premissa, poderíamos criar uma lista extensa de exemplos, mas vamos nos limitar aos casos mais emblemáticos, recorrentes e atuais.

DORT

DORT é o acrônimo de Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho, especificação bem mais pertinente ao universo das doenças ocupacionais e que substitui o termo LER (Lesões por Esforços Repetitivos). De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a troca se deve ao fato de que pouca gente apresenta evidência que comprove lesão estrutural nos músculosesqueléticos — próximos das articulações.

Além disso, as lesões atreladas às atividades laborais não se limitam à repetição de determinados movimentos, como aqueles necessários para digitar.  Na verdade, a DORT também surge nos casos relacionados a estes eventos:

  • postura inapropriada para a realização de certas atividades — usar o laptop em qualquer lugar que não seja uma mesa com cadeira apropriada, por exemplo;

  • utilização de maquinário com excesso de vibração — é o caso das britadeiras;

  • força excessiva — situação caracterizada pelo transporte manual de carga pesada, como sacos de cimento.

Síndrome da visão de computador

Essa síndrome está associada ao contato excessivo dos olhos com as reproduções de telas de laptops ou de monitores de computadores de mesa. Existem diversos fatores que, combinados, costumam piorar o quadro, como:

  • tempo de exposição da visão;

  • configurações de contraste e brilho;

  • distância da fonte das imagens;

  • qualidade da iluminação do ambiente.

Com relação aos sinais do problema, vale a pena ficar de olho na formação de visão embaçada e vermelhidão. Outros aspectos relevantes são aquela irritação que provoca coceira constante e a alta sensibilidade à luminosidade.

Já faz algum tempo que o uso diário de computadores é parte indissociável da rotina de muitos profissionais. No entanto, a preocupação deve ser maior com quem passa o dia inteiro à frente das telas desses dispositivos.

Redução da capacidade auditiva

Com maior incidência em ambientes industriais, a perda auditiva também acontece em outros locais de trabalho, como as centrais de atendimento ao cliente. No primeiro caso, o problema resulta da potência dos ruídos gerados pelas máquinas. Quanto maior o número de equipamentos barulhentos no mesmo local, pior fica para as pessoas que convivem com o barulho.

No caso dos chamados call centers, o comprometimento da audição se deve à necessidade de aumentar o volume dos fones, a fim de entender o que o cliente diz do outro lado da linha. Repetido à exaustão, esse hábito mina a qualidade auditiva dos trabalhadores aos poucos.

Transtornos psicossociais

Muitas vezes, a doença não surge por conta da tarefa em si executada pelo colaborador, mas advém da própria atmosfera “tóxica” do trabalho. A preferência pela competitividade em detrimento da cooperação, por exemplo, deixa muita gente mais ansiosa e estressada do que o normal. Além disso, o risco de desenvolvimento de quadros depressivos é real.

Também devemos mencionar a síndrome do esgotamento profissional, popularmente conhecida como síndrome de burnout. Geralmente, ela está ligada à mistura nociva de excesso de trabalho e de metas inalcançáveis.

Como prevenir doenças ocupacionais?

Ao implementar um planejamento de prevenção de saúde na sua empresa, você proporciona uma série de benefícios, como:

  • diminuição de custos assistenciais;

  • redução dos pedidos de afastamento;

  • melhora do bem-estar físico e mental das pessoas colaboradoras;

  • aumento do engajamento e da produtividade.

Durante a conquista desses resultados, entretanto, corremos o risco de priorizar ações que nos fazem perder tempo. Para facilitar sua vida, selecionamos as medidas que realmente importam quando o assunto é aprimorar a qualidade de vida dos colaboradores ao longo das jornadas de trabalho. 

Providencie a infraestrutura de trabalho necessária

Um ponto básico, mas nem sempre observado, é entregar todo o instrumental requerido para o cumprimento das funções do cargo. Assegure que tanto itens de segurança, como EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), e de ergonomia, como cadeiras próprias de escritório, estejam à disposição.

Crie uma cultura de boas práticas

Trabalhar por horas seguidas sem descanso está longe de ser algo saudável em um médio e longo prazo. Na prática, todo o esforço desmedido se transforma em alguma complicação de saúde. Nesse sentido, os líderes devem frisar e respeitar as pequenas pausas para alongar os braços ou descansar os olhos.

Estimule a adoção hábitos saudáveis

Manter a mente e o corpo em equilíbrio é vital para o pleno funcionamento do organismo, além de diminuir o risco de doenças. Assim, vale a pena promover campanhas e divulgar dicas para cuidar da saúde mental, além de cultivar a publicação de receitas saudáveis. Igualmente válida é a organização de eventos que incentivem a prática regular de exercícios físicos.

Otimize o uso do plano de saúde

Sua organização também precisa educar os funcionários quanto ao uso dos serviços do plano de saúde. Por meio de um suporte com atendimento humanizado, fica fácil garantir a marcação de exames periódicos de acompanhamento, como a audiometria para quem trabalha em fábricas.

Na outra ponta, os profissionais de RH necessitam de uma base de consulta e monitoramento da situação de saúde dos colaboradores. Para isso, seu time de RH deve ter uma plataforma de gestão de benefícios de saúde ágil, intuitiva e com dados atualizados em tempo real.

O ideal, inclusive, é que a ferramenta forneça um acompanhamento individualizado de cada funcionário. Dessa forma, sua equipe tem tudo para aperfeiçoar o processo de tomada de decisão, além de personalizar a experiência dos usuários e beneficiários do plano de saúde da sua empresa.

Ao adotar essas dicas, você previne doenças ocupacionais e reduz a probabilidade de afastamento de talentos estratégicos para a conquista dos principais objetivos da organização. Contudo, ainda falta algo indispensável nesse processo e que merece toda nossa atenção.

Confira, agora mesmo, como o RH pode criar um  ambiente de trabalho saudável!

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