Cultura de autocuidado nas empresas: o que você precisa saber sobre o assunto
Autocuidado é uma palavra que ilustra a atitude particular que cada indivíduo toma ao cuidar de si mesmo. O gesto, ligado a estratégias de prevenção e promoção da saúde física, mental e emocional, também repercute na forma como vivemos em sociedade e cuidamos uns dos outros.
Afinal, proteger a si próprio também é um ato de empatia pelas pessoas que estão ao nosso redor, principalmente aquelas que compõem nossas rotinas diárias. Se ainda havia alguma dúvida quanto a isso, a pandemia da Covid-19 tratou de dissipá-la de forma bem emblemática.
Para muita gente, viver melhor passou a ser o grande objetivo, mas está evidente que falta orientação para isso. No Brasil, esse é o desejo de cerca de 85% da população. O problema é que só uma pessoa em cada três consegue, de fato, manter uma rotina de autocuidado satisfatória.
Nas empresas, as campanhas de incentivo aos cuidados destinados à saúde individual proporcionam benefícios que abrangem o bem-estar coletivo. As organizações que abraçam a causa comemoram a melhora do engajamento, da saúde organizacional e da permanência de talentos.
O caminho para a conquista de um desenvolvimento convincente e sustentável — em todos os sentidos — está nas mãos da área de Recursos Humanos. Mas será que seu RH está preparado para atender ao pedido de ajuda dos funcionários?
Confira, a seguir, algumas razões para estimular uma cultura de autocuidado na sua empresa. Logo depois, veja alguns aspectos que são essenciais para o sucesso da iniciativa.
Importância do autocuidado para colaboradores e empresas
A partir da prática regular de ações conectadas às esferas física, mental, emocional e social, o autocuidado é muito benéfico para profissionais e organizações, como demonstramos abaixo. O sucesso, é claro, depende das escolhas feitas pelos colaboradores — e, novamente, o RH exerce um papel determinante nesse processo.
Saúde física
Um corpo saudável tem mais energia para realizar tarefas cotidianas sem grandes desgastes, além de apresentar maior resistência a doenças. Até as condições médicas teoricamente menos graves merecem atenção, já que até um resfriado leve costuma afetar nossa disposição.
Funcionários que se cuidam mais do que os outros tendem a exibir menos episódios de mal-estar ou adoecimentos ao longo do ano. Cada caso é um caso. De qualquer modo, tenha em vista que a soma dos perdidos impacta consideravelmente o absenteísmo e a produtividade do negócio.
Saúde mental
O autocuidado dedicado à melhora do bem-estar mental ajuda a reduzir o estresse no trabalho, além de diminuir o risco de desenvolvimento ou agravamento de quadros de ansiedade e depressão.
Por serem a terceira maior causa de afastamentos, os transtornos mentais relacionados ao trabalho (TMRT) já são a maior prioridade em qualquer programa de saúde e bem-estar corporativo que se preze. É o que pensa a maioria (78%) das lideranças corporativas.
Saúde emocional
Um dos pilares de qualquer protocolo de autocuidado traz à tona uma premissa simples, mas efetiva: fazer somente o que for bom e saudável para si mesmo. Dentro desse contexto, o colaborador é estimulado a respeitar os próprios limites.
À medida em que preserva suas emoções do excesso nocivo, o profissional aprende a negociar prazos para o cumprimento de demandas. Ele adquire o hábito, inclusive, de recusar atividades inviáveis ou que estiverem completamente fora do seu escopo de trabalho.
O que se pretende não é a ênfase do comodismo ou a fuga de desafios complexos. Na verdade, a criação de um ritmo de trabalho favorável é vital para criar uma camada de resiliência emocional, crucial para lidar com diferentes níveis de adversidades.
Levada à perfeição, essa prática aprimora a gestão de tempo pessoal e consolida as relações de trabalho, deixando-as mais transparentes. Ao mesmo tempo e, principalmente, ameniza a probabilidade do temido esgotamento profissional (síndrome de burnout).
Relações interpessoais
Conforme a saúde mental e emocional melhora e se fortalece, as relações com os colegas de trabalho evoluem positivamente. No dia a dia, isso se traduz em interações agradáveis entre pessoas e equipes, o que contribui para a melhoria do clima organizacional.
Como você deve imaginar, o resultado está intimamente atrelado à qualidade do ambiente de trabalho (presencial e remoto), que é uma responsabilidade da empresa. Em um local acolhedor e psicologicamente seguro, os funcionários aprendem a lidar com suas emoções com mais facilidade.
Isso faz com que o clima seja propício para aproximar pessoas e despertar aquele sentimento de time verdadeiro, constituído de união recíproca e sincera. Mesmo que não se tornem melhores amigos (essa nem é a questão), os colaboradores estabelecem um convívio harmonioso e cooperativo.
Produtividade e criatividade
Além de revitalizar a mente, o autocuidado também aprimora outros aspectos igualmente indispensáveis para o pleno desempenho profissional. Estamos falando sobre a capacidade de manter a concentração, a criatividade e a produtividade no trabalho estáveis e em alta.
Como sabemos, essa tríade é o grande diferencial das corporações que são referência em seus segmentos de mercado. Para chegar lá e, sobretudo, manter uma boa posição, todas elas têm algo em comum: justamente o cuidado dedicado à saúde integral dos funcionários.
Como incentivar o autocuidado na sua empresa
Você já sabe que o fomento dado ao autocuidado nas empresas promove o bem-estar dos funcionários e cria um ambiente de trabalho saudável. Trata-se, portanto, de uma das ações que melhoram o engajamento e diminuem o turnover. Falta descobrir quais estratégias rendem bons resultados.
Permita que os funcionários cuidem da sua saúde
Para começar, vamos falar a respeito de algo que parece óbvio, mas a realidade prova o contrário. Se a ideia é implementar uma cultura de autocuidado na empresa, as pessoas precisam se sentir à vontade para colocá-la em prática diariamente.
Pouco adianta planejar um superevento, convidar especialistas renomados em bem-estar para conceder uma palestra, por exemplo, e prosseguir com uma cultura avessa ao discurso. As recomendações devem encontrar eco no cotidiano da empresa.
É por essa razão que a construção de um ambiente de trabalho psicologicamente seguro é imprescindível. Além da liberdade de comunicação, os colaboradores precisam de autonomia para efetuar algumas pausas.
Os intervalos são essenciais para relaxar, recalibrar as energias, arejar a mente e pensar em novas ideias. Trabalhar sem parar, ignorando até o horário de almoço, é algo que pode custar caro em um médio e longo prazo, sob risco de um burnout.
Naturalmente, o ambiente favorável à adoção de hábitos saudáveis durante o expediente de trabalho está totalmente atrelado ao comportamento das lideranças. Cabe aos gestores dar o exemplo e insistir para que os membros da equipe façam pausas regulares.
Pequenos intervalos para alongar os músculos e descontrair um pouco melhoram a produtividade e a clareza mental. Melhor ainda se houver espaços de relaxamento. Designe áreas em que todos possam se sentar em um sofá, tomar água ou café e relaxar. Geralmente, esse tipo de local se torna ponto de encontro e convivência social entre colegas.
Entre algumas boas práticas, vale destacar o hábito de planejar o tempo necessário para a entrega de tarefas e a melhor distribuição delas entre os membros da equipe. Outra medida aplicável é a disponibilidade de cursos sobre gestão de tempo, que envolvem a priorização de atividades e a definição de limites.
Priorize o bem-estar mental e emocional
Segundo levantamento da OMS (Organização Mundial de Saúde), quadros leves de transtornos mentais são suficientes para causar prejuízos. Em média, esses casos respondem pela perda anual de quatro dias de trabalho. Somados aos quadros graves, a queda da produtividade gera um rombo financeiro de US$ 1 trilhão.
Para lidar com a questão, o RH deve descobrir as origens do problema, pois elas variam de uma instituição para outra. Aplicar questionários anônimos com perguntas relacionadas ao local de trabalho, relacionamento com colegas, interferência de complicações pessoais etc. pode ajudar.
No pacote de benefícios corporativos, é preciso garantir que o plano de saúde atenda às demandas dos colaboradores de maneira preventiva. Nesse sentido, aproveite para analisar como tem sido o uso da assistência médica e avalie a satisfação dos beneficiários com os serviços disponíveis. Avalie também a eficácia do programa de bem-estar corporativo, se houver.
No mais, assegure que os funcionários se sintam à vontade para expressar suas necessidades e preocupações, promovendo um ambiente onde todos se sintam valorizados.
Comunique a importância do autocuidado para as pessoas
Também é necessário demonstrar aos colaboradores que o autocuidado é extremamente vantajoso para eles mesmos. É fundamental que o funcionário seja colocado no centro, e não a empresa ou os objetivos organizacionais.
Sim, auxiliar o negócio a continuar em busca de suas metas é primordial. Ocorre que, na prática, as pessoas tendem a se engajar em uma causa quando notam que ela é, antes de qualquer coisa, altamente benéfica para sua qualidade de vida em particular.
O ideal é que o RH tenha tato e habilidade para conciliar os interesses pessoais e profissionais de cada indivíduo com as metas corporativas. O colaborador deve enxergar o plano como algo bom para ele, para os colegas e para o negócio — tudo junto e em constante sintonia.
Atualmente, fala-se bastante sobre equilibrar vida pessoal e vida profissional. No fundo, essa é apenas uma forma didática de explicar que todo funcionário precisa aprender a respeitar e aproveitar seus períodos de lazer e de descanso.
Do mesmo modo, ele deve tentar evitar que problemas pessoais interfiram muito no cumprimento de suas atividades de trabalho, ao ponto de comprometer seu desempenho. Isso é difícil, pois a vida é uma só e as interferências do campo pessoal no profissional — e vice-versa — são inevitáveis.
Ao apresentar o autocuidado como uma forma eficaz de prevenir a sobrecarga de trabalho, diminuir o estresse e acalmar a mente, a área de Recursos Humanos potencializa a adesão às ações propostas na sequência.
Promova o autocuidado físico
A educação dos funcionários é a base para a mudança de hábitos, decisiva para a consolidação da cultura de autocuidado. Na parte física, é preciso fornecer orientações e dicas que combinem exercícios com uma alimentação nutritiva e realmente saudável, ou seja, sem mitos.
Dados recentes apontam que aproximadamente 30% da população brasileira aderiram à prática regular de atividades físicas. Para ampliar esses números, vale a pena organizar atividades em conjunto, como uma caminhada, corrida e pedalada ao ar livre com pessoas de várias áreas e cargos da empresa.
Esses encontros pontuais podem ser descontraídos e até envolver alguma competição saudável pelos primeiros lugares. Além disso, o RH pode oferecer facilidades que impulsionem a continuidade do tratamento dado ao condicionamento físico.
Nesse sentido, algumas soluções são a realização de aulas em grupo dentro da empresa ou o fechamento de uma parceria com alguma academia próxima do endereço da organização.
Com relação ao fator alimentar, crie um programa de acompanhamento nutricional dos colaboradores. Assim, é possível verificar como seu público se alimenta, quais são as deficiências nutricionais e o que fazer para mudar o quadro.
Alerte sobre a qualidade do sono
A otimização do tempo, a fim de atingir os melhores níveis de produtividade, depende de inúmeros fatores, como a qualidade do sono dos colaboradores. O problema parece crônico no Brasil, já que mais de 90% dos brasileiros relatam dificuldades para ter a sonhada boa noite de sono.
A sonolência impacta o ritmo das tarefas, pois provoca perda de foco, motivação e memória. No trabalho, as pessoas que dormem mal ficam propensas, inclusive, a tomar decisões ruins. Isso se deve a falhas ou à lentidão durante recuperação de informações relevantes no cérebro.
Em ambiente industrial, o risco é maior, pois o erro pode resultar em acidentes de trabalho. A probabilidade desse tipo de evento cresce para 56% dos indivíduos que dormem menos de seis horas diárias.
Realize campanhas de conscientização
No decorrer do ano, temos diversas campanhas de saúde, como o Setembro Amarelo, o Agosto Dourado, o Outubro Rosa e o Novembro Azul. Nas empresas, todas elas têm a intenção de conscientizar os colaboradores quanto às melhores práticas de prevenção de doenças e promoção da saúde.
Ao lado da vacinação nas empresas, essas campanhas são fundamentais para que o autocuidado nas empresas realmente adquira o status cultural desejado. Para a divulgação, vale recorrer a todos os canais de comunicação da empresa, como e-mail, blog, redes sociais e grupos de WhatsApp.
Lembre-se de que cada empresa é única. Então, adapte essas estratégias de acordo com a cultura organizacional, as necessidades dos funcionários e os recursos disponíveis. O objetivo é criar um ambiente que promova a saúde, a produtividade e a satisfação geral dos colaboradores.
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