Novembro Azul: muito além do câncer de próstata

De maneira similar ao que acontece com o câncer de mama entre as mulheres, o câncer de próstata é o mais prevalente entre os homens. No triênio que vai de 2020 a 2022, o total de diagnósticos da doença girou em torno de 65 mil registros por ano. Os números são do INCA (Instituto Nacional de Câncer) e reforçam o alerta quanto à importância do incentivo ao autocuidado, hábito historicamente negligenciado pela maioria da população masculina. 

Alguns dados são muito enfáticos sobre essa questão. Cerca de 60% dos homens admitem que buscam atendimento médico somente quando começam a se sentir muito mal. De acordo com dados recentes da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), apenas 200 mil homens se consultaram com urologistas nos primeiros 6 meses de 2022. O total de mulheres examinadas por ginecologistas no mesmo período foi 6 vezes maior, totalizando 1,2 milhão de atendimentos.

Diante desse quadro crítico, fica fácil entender por que o Novembro Azul é uma campanha abrangente, já que o problema não se limita às consultas relacionadas ao câncer de próstata. Por isso, essa é uma ótima oportunidade para o RH planejar um amplo programa de prevenção de saúde.

Para saber mais sobre o assunto, fique com a gente nas próximas linhas!

Por que precisamos falar sobre o câncer de próstata?

Doença extremamente silenciosa, o câncer de próstata foi responsável por ocasionar a morte de mais de 16 mil homens em 2021. Se olharmos assim, parece pouco, mas isso equivale a mais de 40 óbitos diários em decorrência do tumor, sendo que boa parte dos casos está atrelada ao diagnóstico tardio.

Assim como acontece com outras variedades de tumor maligno, a taxa de cura do câncer de próstata também gira em torno de 90%. Isso, é claro, desde que a enfermidade seja detectada durante suas etapas iniciais. O grande problema, como já adiantamos, é que a maior parcela dos homens tende a buscar auxílio médico quando os sintomas pioram.

Nesse estágio, a doença já está em fase avançada, o que diminui drasticamente a eficácia das abordagens terapêuticas disponíveis. Tais circunstâncias ajudam a explicar o fato de que, de todos os tipos de tumores malignos, a neoplasia prostática é o segundo mais letal entre os homens — o primeiro lugar é ocupado pelo câncer de pulmão.

Quais são os sintomas e os fatores de risco?

Como fatores de risco vinculados à doença, podemos mencionar os seguintes:

  • histórico familiar — mais precisamente o registro do tumor em parentes de primeiro grau;

  • faixa etária — trata-se de um problema que atinge majoritariamente os indivíduos que já passaram dos 50 anos de idade, sendo que a maior incidência ocorre em homens com 65 anos ou mais;

  • raça — estudos recentes reforçam que os homens negros são mais propensos a desenvolver o câncer de próstata do que os brancos;

  • obesidade — quanto maior o índice de gordura corporal, maior o risco de morte. 

Entre os principais sintomas associados ao câncer de próstata, podemos citar:

  • disfunção erétil;

  • excesso de idas ao banheiro para urinar, especialmente à noite;

  • dificuldade de manter o fluxo urinário constante durante a micção;

  • presença de vestígios sanguíneos no sêmen ou na urina.

Aqui, temos mais uma complicação: esses e outros sintomas também estão ligados a outras condições médicas atreladas à próstata. Para descobrir quais são elas, confira nosso próximo tópico. 

Quais são as demais doenças ligadas à próstata?

Se você perguntar aos colaboradores da sua empresa sobre os motivos de monitorar o estado da próstata a partir dos 40 anos, é provável que a maioria se lembre apenas do câncer que se desenvolve na glândula. No entanto, existe uma relação entre o quadro sintomático exibido acima e outras complicações que acometem o órgão. Vamos às principais delas!

Hiperplasia benigna da próstata

Igualmente conhecida pela sigla HBP, essa condição médica também costuma ser responsável, por exemplo, pelo comprometimento do fluxo urinário. Isso acontece porque a expansão da próstata tende a comprimir parte do canal da uretra. Assim, o homem precisa se esforçar para concluir a micção. Também é comum que ele retenha urina na bexiga e tenha que urinar várias vezes ao longo do dia (ou da noite).

Vale dizer que a HBP está constantemente associada a outros problemas, como:

  • pressão alta;

  • obesidade;

  • diabetes.

Bexiga hiperativa (BH)

Embora possa se confundir com a HBP, os casos de bexiga hiperativa tem uma profunda relação com alterações fisiológicas que acometem os homens a partir de certa idade. Após os 75 anos, uma conjunção de fatores aparece, como a perda de força nos músculos próximos da região abdominal e a redução da capacidade de armazenamento da bexiga. O resultado leva o indivíduo a sentir vontade de urinar com mais frequência.

Prostatite

Nesse caso, a próstata sofre um processo de inflamação que, como nas demais condições médicas comentadas neste artigo, interferem na micção. Vale observar que, diferentemente dos outros males que atingem a glândula, a prostatite também se manifesta em homens mais jovens (já a partir dos 20 anos).

A prostatite aguda pode facilmente impactar o índice de absenteísmo, uma vez que provoca:

  • calafrios;

  • febre;

  • incômodo intenso na área situada entre o saco escrotal e o ânus;

  • dores nas articulações;

  • mal-estar corporal generalizado.

Há ainda a versão crônica da doença, na qual as dores não se restringem à região pélvica, chegando ao pênis e aos testículos. Não raro, esses sintomas são acompanhados da mistura de sangue no sêmen e disfunção erétil. Por fim, o período de tratamento é mais longo do que o tipo agudo: no mínimo, 90 dias.

Como o RH deve abordar o Novembro Azul?

Como você pôde ver, não faz sentido limitar o Novembro Azul ao debate em torno da neoplasia prostática. Na verdade, essa é uma época do ano propícia para que o RH enfatize a importância de os colaboradores se consultarem com um médico regularmente.

Além de garantir o acesso a uma boa rede de assistência médica, o RH deve ficar atento aos demais aspectos de uma boa gestão de plano de saúde. A partir dela, a área consegue monitorar o estado de saúde de cada colaborador e ajudá-lo a agendar uma consulta com um especialista com a antecedência necessária. 

Com uma plataforma de gestão de benefícios integrada, fica muito mais fácil efetuar atividades operacionais e aprimorar a saúde corporativa. A partir da coleta de dados e de informações obtidas via breves questionários, é possível dividir os funcionários conforme seu estado de saúde (indivíduo saudável, com necessidade de acompanhamento e crônico, por exemplo).

Nesse sentido, a realização de perguntas simples relacionadas aos hábitos urinários e a certos incômodos seriam indicativos para estimular a ida ao consultório médico. Desse modo, o indivíduo cria o hábito de se consultar mesmo que não haja nenhuma predisposição ao câncer de próstata. O ponto mais importante, repetimos, é incentivar o autocuidado com a saúde do homem.

Para facilitar a vida do RH, o ideal mesmo é contar com uma equipe de suporte multidisciplinar, preparada para tirar dúvidas sobre exames e especialidades médicas.  Com um time de enfermagem experiente e especializado em prestar atendimento humanizado, é possível tranquilizar as pessoas e diminuir o típico tabu masculino quando o assunto é efetuar exames médicos.

De maneira análoga ao Outubro Rosa, o Novembro Azul deve ser usado como ponto de partida para falar sobre o câncer de próstata e, sobretudo, a respeito da saúde masculina. Ao valorizar o tema, a empresa demonstra que realmente se preocupa com o bem-estar de todos. Isso aproxima as pessoas da marca, além de aumentar o engajamento e a produtividade dos times. Também é o momento de rever algumas práticas, alinhar os ponteiros e entrar em sintonia com o RH 5.0, profundamente amparado no processo de colocar o colaborador no centro.

Por falar nisso, também é hora de começar, finalmente, a praticar uma gestão estratégica de benefícios!

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