Qualidade do sono dos colaboradores: um problema para as empresas
Além de cuidar da saúde mental de seus colaboradores, existem inúmeras outras ações que as empresas podem tomar para proporcionar mais qualidade de vida às pessoas e, assim, elevar a produtividade no trabalho. Uma dessas medidas é o monitoramento da disposição e da energia dos funcionários, consideravelmente impactada pela sua qualidade do sono.
Só no Brasil, acredite: mais de 90% da população (estudo com dois mil indivíduos) admite que não dorme facilmente como gostaria. Noites maldormidas são conhecidas por provocar uma queda repentina da motivação para realizar várias tarefas. Isso acontece ao ponto de se pensar em dormir mais alguns minutos ou cogitar seriamente a possibilidade de nem sair da cama. No último minuto, a maioria das pessoas se refaz e parte para mais um dia de atividades. No entanto, pessoas sonolentas no trabalho são um grande problema para o gestor da equipe.
A seguir, mostramos quais são as principais consequências desse verdadeiro gargalo para o negócio. Confira!
Maior risco de acidentes de trabalho
Para organizações do segmento industrial, por exemplo, a sonolência representa um risco enorme para a ocorrência de acidente de trabalho. Tudo depende, evidentemente, da tecnologia empregada no maquinário disponível, o que resulta na presença (ou não) de travas ou sensores de segurança. De qualquer forma, um funcionário sonolento do ramo industrial está mais sujeito a se acidentar do que os colegas que estiverem devidamente descansados.
Os dados de um levantamento recente já ligaram o alerta: 33% da força fabril dormem menos de 6 horas por dia. Mais da metade do mesmo pessoal relata que acorda com uma sensação de cansaço ou até mesmo de exaustão. Para completar, 56% das pessoas que se enquadram nessa situação são mais suscetíveis a falhar algum procedimento.
Aumento do absenteísmo ou do presenteísmo
Pessoas sonolentas também pioram alguns indicadores importantes para sua equipe, em particular, e para a área de Recursos Humanas de modo geral. Um desses índices é a taxa de absenteísmo, que pode ir parar lá nas alturas e criar diversas complicações, como a sobrecarga que recai sobre os colegas de time.
Sem margem para qualquer dúvida, as ausências ou os constantes atrasos dos colaboradores afetam o desempenho coletivo de quem está em outra rotação. Contudo, existe um cenário que talvez seja pior: o presenteísmo. Aqui, a pessoa até está ali e socializa com os colegas, mas simplesmente não desempenha suas funções como deveria.
De maneira ampla, essa situação é gerada pela desconexão das pessoas com o ambiente de trabalho e com as funções que elas exercem cotidianamente. Existem diversos fatores para isso, como o estresse, o desenvolvimento de transtornos mentais (depressão e ansiedade generalizada, por exemplo) e a falta de sono.
Diminuição da produtividade
Quem mantém a qualidade do sono em dia costuma exibir aquele ar de plenitude e de bom-humor, acompanhados de uma alta concentração e engajamento. Ao reunir essas características, o colaborador fica bem próximo de atingir todo o seu potencial ao longo das horas — respeitando um ritmo saudável, claro.
Já o funcionário que trabalha bocejando com frequência tende a apresentar um comportamento quase que completamente oposto. Em outras palavras, trata-se daquele indivíduo que se distancia do que se espera de um time de alta performance. Com ou sem bocejo, a diminuição profunda da concentração é uma das principais responsáveis pelo problema.
Paralelamente, é comum que ocorra uma fuga da resistência corporal. Sabe aquela sensação de que, de repente, o corpo ficou mais pesado do que o normal? É exatamente o que ocorre. Assim, você tem a junção do cansaço mental com o físico, o que rende uma dificuldade dobrada para a manutenção ou melhora da produtividade.
A privação do sono também é uma forte adversária do bem-estar dos colaboradores que precisem conviver com a enxaqueca e, consequentemente, mantê-la sob controle. Esse tipo de dor de cabeça normalmente aparece após episódios específicos relacionados aos sentidos, como o olfato e a audição.
O incômodo vem à tona depois de uma noite de sono ruim porque a queda da melatonina favorece o quadro de enxaqueca. Portanto, existe uma linha tênue entre dormir mal e o aumento da probabilidade de uma nova crise de enxaqueca.
Conforme o papel e o cargo do funcionário, fica nítido que esse é um cenário que prejudica a tomada de decisão e, inclusive, a concretização de ações simples do cotidiano profissional. Naturalmente, o caso acarreta afastamentos do trabalho e uma quase inevitável perda do rendimento individual.
Comprometimento da aprendizagem
Toda a organização do RH em criar treinamentos específicos, baseados em pesquisas e na coleta de dados sobre as necessidades das pessoas e dos times da empresa pode ser subaproveitada. Isso porque quem tem o hábito de dormir mal tende a ter uma aprendizagem debilitada. Essa é uma consequência do baixo tempo de sono REM (rapid eye movements), fundamental para a memória de longo prazo.
Para lidar com esse conjunto de adversidades, é necessário, antes de qualquer coisa, diagnosticar o transtorno e confirmar sua origem. Embora os casos de insônia sejam bastante conhecidos, existem mais de 70 distúrbios do sono. A dificuldade para dormir deriva de várias causas, como o desenvolvimento de doenças neurológicas.
A fim de se distanciar de achismos, é essencial monitorar não só a qualidade de sono dos colaboradores, mas igualmente seu bem-estar físico, mental e emocional. Como explicam alguns médicos, a origem do problema pode ser tanto um colchão ruim quanto um quadro de ansiedade crônica.
Com o foco voltado à realidade de cada profissional da empresa, o RH deve:
utilizar um portal de gestão de benefícios completo;
acompanhar o estado de saúde de todos, agindo de forma proativa;
montar um planejamento de prevenção de saúde;
oferecer benefícios corporativos com uma assistência personalizada de saúde;
conceder suporte para a saúde financeira — afinal, crises financeiras pessoais também provocam alterações no sono.
Desse modo, fica bem mais fácil mapear e gerenciar o bem-estar de todas as pessoas da organização. Em vez de esperar acontecer, a empresa sempre estará alguns passos à frente, o que proporciona economia de diferentes maneiras. Além disso, promove a consolidação de uma cultura de trabalho mais saudável, que deixe de incentivar o excesso de trabalho e a escassez de sono como uma virtude.
No fim, todo esse cuidado organizacional também conta pontos na hora de encarar os desafios da atração e retenção de talentos. Vale para a qualidade do sono e para outros aspectos de saúde que prejudicam o desempenho diário dos profissionais e, por consequência, impactam negativamente os resultados da empresa. Ao agir de forma estruturada e customizada, seu negócio só tem a ganhar.
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