RH 5.0: uma nova realidade

Aos poucos, a inovação tecnológica deixou de ser uma novidade para se incorporar à rotina das empresas e de toda a sociedade. Assim como os demais setores das organizações, os processos do RH passaram por uma profunda transformação digital nos últimos anos. Do recrutamento e seleção à definição do pacote de benefícios corporativos ideal, a coleta, a preparação e a análise de dados se tornaram fundamentais. Foi basicamente desse modo que chegamos ao chamado RH 4.0. Agora, entretanto, já é tempo de direcionar o radar para o RH 5.0.

Em um mundo real cada vez mais absorvido pelo mundo digital, os modelos de negócio e os departamentos das empresas vivenciam mudanças o tempo todo. Como costuma acontecer nessas circunstâncias, as lideranças de RH que souberam se adaptar ao novo momento rapidamente saem à frente da concorrência.

Mas o que é, afinal, esse RH 5.0 e por que ele é tão importante para que toda essa tecnologia jogue a favor da sua empresa? Descubra a resposta para essa pergunta e para outras relacionadas ao assunto!

A chegada do RH 4.0

Já falamos sobre o setor do RH encarregado de recrutar e selecionar as pessoas mais indicadas para ocupar as vagas disponíveis. Com a chegada da internet e o boom das candidaturas on-line, esse é um departamento muito dependente de recursos tecnológicos — aqui, o papel e a qualidade dos algoritmos chamam a atenção.

Contudo, a área específica de recrutamento e seleção não está sozinha. Entre outras funções, os profissionais de Recursos Humanos precisam se desdobrar para:

  • elaborar planos de cargos e salários;

  • montar pacotes de benefícios atrativos e gerenciar a utilização;

  • cuidar do desenvolvimento pessoal;

  • organizar treinamentos;

  • fortalecer a cultura organizacional;

  • consolidar o propósito organizacional;

  • definir métodos de avaliação de desempenho.

Conforme o tamanho da organização, essas e outras atribuições ficam a critério de diferentes times. De qualquer forma, todas elas geram resultados melhores com o uso de dados. Essa é a razão de mencionarem tanto, ultimamente, o papel de destaque dos profissionais que sabem analisar dados em larga escala no crescimento dos negócios.

Novamente, o modo e a velocidade com que isso ocorre estão ligados ao porte de cada empresa e às suas verdadeiras necessidades. Em outras palavras, e ao contrário do que se vê em diversos lugares, a ciência de dados — ainda — não é algo fundamental para qualquer organização.

Por outro lado, é inegável o diferencial competitivo até dos pequenos negócios que têm pessoas capazes de extrair informações preciosas de dados criteriosamente selecionados. Trata-se de algo que pode acontecer a partir de uma simples planilha.

Evidentemente, você ganha tempo, fluidez e produtividade com o auxílio de uma plataforma de gestão intuitiva e completa. Na área de benefícios, por exemplo, é possível acompanhar a atualização do estado de saúde de cada colaborador em tempo real, o que enriquece as tomadas de decisão.

O fato é que a presença dos dados em nossas rotinas profissionais representa o passo adiante de todo aquele movimento de digitalização de processos e implementação de uma espinha dorsal mais tecnológica e menos burocrática, que é a base do que se convencionou chamar de RH 4.0.

Imagine, por exemplo, a possibilidade de praticar uma medicina preditiva com elevado nível de exatidão, capaz de indicar quais seriam as melhores alternativas para prevenir doenças ocupacionais. Em vez de medidas genéricas, você poderia ir à raiz do problema e criar programas de prevenção de saúde específicos para reduzir o índice de afastamentos ou mesmo de turnover.

O nascimento do RH 5.0

Não existe, na verdade, uma grande distinção entre esses conceitos de RH 4.0 e RH 5.0, e sim um complemento. Em meio à expansão do big data, as empresas tiveram de implantar uma cultura data driven, além de treinamentos voltados ao data literacy. Em fluxo constante, o processo tem o objetivo de integrar os colaboradores às etapas de compreensão, análise, registro e utilização de dados. Mas como fica a parte humana nisso tudo?

O RH. 5.0 veio justamente para jogar os holofotes sobre uma realidade da área de Recursos Humanos: colocar o colaborador no centro. Isso quer dizer que de nada adianta investir pesado em infraestrutura tecnológica, se as pessoas ficarem em segundo plano. Pelo contrário: ficou explícito que dados só se convertem em insights com a devida intervenção humana.

Como seres humanos, todavia, temos necessidades específicas, sem as quais fica difícil aprimorar o pensamento crítico e analítico. Ambos são requisitos para conceber as soluções criativas que as altas lideranças tanto desejam. Vale para quem precisa interagir e cooperar com máquinas integradas à AIoT (junção da Inteligência Artificial com a Internet das Coisas), vale para a rotina do RH moderno

Dito isso, o primeiro passo para que o RH 5.0 seja mais do que uma nova expressão reside em entender que pessoas não são máquinas. O tão sonhado crescimento escalável vem depois da entrega de um ambiente de trabalho agradável e psicologicamente seguro. Ao mesmo tempo, é essencial ter à mão ferramentas criadas para monitorar o bem-estar geral dos funcionários.

Ao sinal de qualquer alteração comportamental, como uma queda do engajamento no trabalho, o RH deve ficar atento à sua origem. Pode ser simples, como um mal-estar passageiro, ou algo grave, como o começo de alguma condição médica preocupante o bastante para impactar o desempenho individual.

Em certos casos, a razão está atrelada à saúde financeira dos colaboradores. Afinal, todo mundo está sujeito a passar por imprevistos que, se não controlados, podem se transformar naquela temida bola de neve. Isso demonstra por que as soluções do RH devem focar o bem-estar das pessoas da forma mais abrangente possível.

Na maior parte das vezes, tudo o que as pessoas precisam é de orientação adequada. A ideia se aplica tanto na hora de ajudá-las a se tornarem protagonistas da sua própria saúde física e mental como no sentido de ensiná-las a administrar o próprio dinheiro.

De um lado, o RH deve fornecer uma rede médica e psicológica ampla, com diversas especialidades. Do outro, é igualmente indispensável pensar com carinho na oferta de serviços financeiros, como a antecipação de salário ou do FGTS. Essas e outras medidas devem ser praticadas sem perder de vista a melhora contínua do ambiente de trabalho (presencial ou remoto) e a aproximação entre funcionários e propósito organizacional. 

O RH 5.0 bate à nossa porta e traz consigo inúmeras vantagens. Algumas delas são a recuperação do engajamento, a redução significativa dos gastos com assistência médica e a diminuição dos prejuízos provocados pelos afastamentos. Qual gestão não ficaria feliz com esses indicadores? Resta verificar o que seu time tem feito, de fato, para colocar o colaborador no centro. 

Para te inspirar na busca de soluções, aqui vão 5 dicas para promover a felicidade corporativa!

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